E pensar que há pouco tempo atrás, esse homem passara pela aldeia
em que moro!
Lembro-me perfeitamente de sua entrada por aqui:
Foi por mim que a notícia se espalhou! Naquele dia,
apareceram na vila dois rapazes;
Eles começaram a soltar as cordas que prendiam uma jumenta e
um jumentinho.
Quando os questionei sobre o que estavam fazendo, eles
disseram:
“Logo devolvemos.
Apenas usaremos para o Senhor montar de passagem pela vila.”
“Ele está aqui”,
pensei comigo!
Quando eles estavam saindo, ouvi um sussurrando ao outro: “como o mestre sabia desses animais bem
aqui, com tanta precisão?”
Foi de fato uma entrada triunfal! As pessoas se espremiam
num espacinho que fosse, apenas para vê-lo passar.
O que aconteceu tempos depois, foi algo que mudou minha vida
para sempre...
Ele compartilhou de pão e vinho com seus discípulos.
Ele os instruiu a sempre comer e beber em memória dele.
O pão, ele se referia à sua própria carne e o vinho ao seu
sangue.
Naquela mesma noite, guardas o prenderiam a fio de espada,
eles achavam que o mestre reagiria...mas, não era do feitio de Jesus.
Foram tiradas suas vestes. Armaram uma rica coroa de
espinhos, ao que lhes colocaram em sua cabeça, com sarros de que essa era a
coroa de um rei.
Ataram suas mãos e com incessantes açoites, castigaram o seu
corpo.
No lugar em que foi açoitado deixou um grande caminho do seu
precioso sangue.
Tempos depois, o mestre chegou já com o madeiro nos ombros
até o local de sua crucificação.
Primeiro estenderam um dos seus braços. Posicionaram um
grande prego perto do seu punho.
Alguns guardas o seguravam, enquanto outro com um grande
martelo, tomava distância para cravá-lo em seu corpo.
O grito ecoou com certeza quilômetros de distância, tamanha devia
ser a dor.
O outro braço foi novamente esticado e a mesma agressão foi
executada e um novo grito externado.
Juntaram os seus pés, um em cima do outro e um novo prego
foi colocado em marteladas intermináveis, até que estivesse firme em sua carne.
É um corpo soldado! É o meu Jesus! Pare com isso!
Quando ergueram a cruz, seu peso foi sobre os pregos
cravados em seu corpo, rasgando um pouco e doendo muito mais.
Entre o mestre, haviam 2 homens, condenados a execução por
crimes verdadeiramente cometidos.
A bondade de Jesus alcançou ainda um dos ladrões, ele havia
pedido à Jesus que se lembrasse dele quando entrasse em seu reino e Jesus o
aceitou!
“Tudo está consumado!”
O mestre não se mexia mais, toda dor havia cessado, assim
como sua vida.
Foram três longos dias até que boas novas se espalharam!
A pedra foi removida! O corpo não está lá!
Passei pra espiar, era o túmulo de Jesus! Havia uma grande
pedra deixada de lado, um caminho totalmente livre para entrar e sair de onde
antes, havia o seu corpo!
Se cumpriu a profecia, eu ouvi mesmo falar: “É necessário que o Filho do homem padeça
muitas coisas, e seja rejeitado dos anciãos e dos escribas, e seja morto, e
ressuscite ao terceiro dia.”